Eis uma história de um amigo próximo. Descobriu na internet um sistema de pizza 2.0. Entrega em domicílio, pedido pela web com a possibilidade de montar seu jantar. Escolhidos os ingredientes, a altura da massa, o recheio da borda e o refrigerante de acompanhamento, basta clicar ok. Paga-se com cartão de crédito. E então é esperar.E então é esperar. E então é esperar. E esperar. E esperar. Como demora. E chega o motoboy. O porteiro pelo interfone anuncia. O entregador nem esperou pelo cliente. Como está pago, para que ele iria esperar? Apesar da longa expectativa, chegou finalmente. A embalagem supercolorida, uma beleza. Quanta diferença faz um marketing bem-feito. Nada daquela caixa de papelão feia.
Todos sentados à mesa, surpresa. A Coca-cola era Guaraná. Maldito entregador. Ergue-se a tampa da caixa. O queijo está todo escorrido e frio de um lado da massa. E só tem queijo. Cadê a calabresa? Não tem. A pizza que chegou é marguerita. E que massa ruim, dura e persistente. Um chiclete praticamente. "Poxa, não dá para confiar na internet", diz meu decepcionado amigo.
Eu discordo. O que não dá é para achar que, por ser online é melhor. E vale para tudo. Mas há ainda uma outra questão. Muitas empresas acham que o site resolve. Um bom atendimento online faz delas companhias 2.0 Web Digital Online... Faz não. O produto é 0.0, a entrega é 0.0, a satisfação é 0.0. Já era. Poucos produtos começam e terminam na rede. Então, se a parte "física" não for boa, a internet paga o pato. A pizza, no caso.
